O Palacio das artes é um grande simbolo historico dos mineiros o mesmo foi palco de decisões importantes para o nosso Estado, com suas instalações rusticas possibilita a quem o visita fazer uma grande comparação de como tudo mudou desde quando foi construido até hoje.
O Palácio da Liberdade, sede do Governo mineiro,
teve o lançamento de sua pedra fundamental a 7 de setembro de 1895 e o início de
suas obras a 25 de novembro do mesmo ano. Seu projeto é de autoria do
engenheiro-geógrafo pernambucano José de Magalhães membro da Comissão
Construtora da Nova Capital. Magalhães diplomou-se em 1874 pela Escola Central
Politécnica do Rio de Janeiro e freqüentou a École de Beaux-Arts de Paris.
As obras foram administradas pela Comissão
Construtora da Nova Capital que contratou do Sr. Antônio Teixeira Rodrigues - o
Conde de Santa Marinha a execução da fachada principal e das balaustradas das
entradas laterais. A parte posterior do edifício foi confiada inicialmente ao
Sr. Carlos Antonini e posteriormente ao empreiteiro Leonardo Gutierrez.
O padrão arquitetônico e ornamental das primeiras
construções da Capital de Minas obedeceu à tendência estilística eclética, com
predominância de elementos neoclássicos do 2º Império Francês. Empreendimento de
grande vulto e de gosto apurado, o Palácio da Liberdade reflete a influência
francesa em nossa arquitetura e de modo geral, o gosto europeu difundido e
valorizado na época.
Atendendo ao requinte do projeto, grande parte
dos materiais utilizados na construção do Palácio foi importada da Europa:
armações de ferro das escadarias e estruturas metálicas da cobertura vindas da
Bélgica, telhas de Marselha, pinho-de-riga da Letônia entre outros. O restante
veio do Rio de Janeiro e; de Minas Gerais, somente os tijolos, as pedras e a
cal.
Para a pintura e a decoração do edifício, veio do
Rio de Janeiro o artista Frederico Antônio Steckel, trazendo com ele uma equipe
de decoradores nacionais e estrangeiros que realizaram admiráveis trabalhos nos
tetos, paredes e cimalhas, além de ornamentos com grande aplicação de
papier-maché.
Na escolha dos pisos prevaleceu o gosto e a
harmonia com o restante da decoração; no hall empregou-se o mármore de Carrara e
nos diversos salões optou-se pelo parquet, ricamente trabalhado formando
desenhos geométricos.
Obra prima de grande destaque no interior do
prédio é a escadaria metálica em estilo art-noveau. Minuciosamente trabalhada em
ferro batido com ornamentação em motivos florais, foi totalmente produzida nas
oficinas belgas Acières Bruges, utilizando o sistema desmontável Joly,
considerado um grande avanço tecnológico na época e, inclusive, merecedor de
prêmio na grande exposição de Londres. As peças dessa escadaria chegaram ao
Brasil em maio de 1897, quando foi montada e passou a figurar em lugar de honra
no Palácio Presidencial.
Para a decoração final importaram-se também o
mobiliário, as tapeçarias, os cristais, as louças, os talheres, sendo a grande
maioria de origem francesa e o restante de outros mercados europeus.
O Palácio Presidencial foi inaugurado em 1897,
embora com obras ainda em andamento. Estas diziam respeito, sobretudo, aos
jardins, à ornamentação das paredes das salas laterais do segundo pavimento, ao
revestimento e ornamentação do Salão Nobre, à confecção e colocação das duas
portas para o Salão de Honra, à decoração dos tetos dos torreões, e à pintura e
colocação dos vidros. Estes serviços foram concluídos em 1903. Chrispim Jacques
Bias Fortes foi o primeiro governador a ocupar o Palácio da Liberdade.
Desta data até 1913 foram realizados trabalhos de
conservação, complementação e finalização dos passeios e colocação de postes de
iluminação nos jardins.
Em 1920, durante o governo de Arthur Bernardes, o
Palácio da Liberdade passou por uma reforma para melhor receber os soberanos
belgas em visita a Belo Horizonte. Os trabalhos realizados consistiram
principalmente em mudanças na decoração, quando predominou o gosto pelo estilo
Luis XVI.
Em dezembro de 1925, no governo de Mello Viana,
foi inaugurada com grande repercussão uma nova ornamentação no Salão de Honra,
executada pelo artista Antônio Parreiras.
No período compreendido entre 1925 e 1967, além
das obras de pintura e conservação rotineiras, não há registros de intervenções
significativas, apenas referência de que tenha sido executada uma nova
ornamentação em 1956.
Em 1968 foram colocadas grades na frente e nas
laterais do edifício, holofotes no jardim e, no interior, houve mudanças na
distribuição dos cômodos e construção de novos apartamentos no segundo
pavimento.
O tombamento do Palácio foi efetuado pelo
IEPHA/MG, através do Decreto nº 16.956, de 27/01/75, garantindo a preservação
integral do monumento, considerando seu grande valor histórico, artístico e
arquitetônico.
Em novembro de 1980, foram realizados trabalhos
de estabilização estrutural do edifício com a utilização de “estacas-raiz” e
injeções de nata de cimento nas fundações. Após o trabalho estrutural, foi
iniciada, sob responsabilidade do IEPHA, a restauração dos elementos artísticos
e arquitetônicos do edifício, que objetivaram a sua total recuperação e
preservação.
Em 1989/1990, foi realizado o Inventário do
Acervo de Bens Móveis do Palácio da Liberdade. Os bens foram catalogados em
trinta e duas categorias onde se incluem peças de mobiliário, objetos de
iluminação, esculturas, prataria, relógios, tapeçarias e uma rica
pinacoteca.
Em 1992 foi executada a pintura das fachadas do
Palácio, após a realização de prospecções pelo IEPHA/MG.
Em 1993, o IEPHA/MG - em conjunto com a
Secretaria da Casa Civil e com o Gabinete Militar do Governo do Estado –
realizou obras estruturais nos torreões (estrutura metálica e madeiramento da
cobertura).
Em 10 de novembro de 1994, o Conselho
Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte efetuou o
tombamento integral do Palácio da Liberdade no Conjunto Urbano da Praça da
Liberdade e Adjacências. Neste ano foram restaurados os forros dos torreões,
quando foram removidas três camadas de pintura que encobriam a pintura
decorativa original, e o coreto localizado nos jardins do Palácio.
Em 1995, o Departamento de Obras Públicas do
Estado de Minas Gerais – DEOP – realizou a recuperação da cobertura.
Já em 1997 e 1998 foram executadas serviços em
diversos cômodos. No mesmo período foram restaurados os jardins, a estufa e o
pavilhão de eventos, além de reformados os galpões de apoio, com a instalação de
vestiários e depósitos.
A última obra de restauração iniciada em 2004 e
concluída em 2006, foi uma intervenção global, que assumiu caráter de
restauração abrangente. A restauração da cobertura, estrutura complexa de
madeira e metal, com clarabóia de vidro, foi de grande importância, por sanar
graves problemas de infiltrações que prejudicavam o prédio e seu acervo
artístico.
A maior revelação desta obra foi, sem dúvida, o
resgate da ambiência do pátio central, espaço contíguo ao hall da escadaria,
ocupado há décadas por instalações sanitárias e depósitos. A liberação do espaço
permitiu a recuperação da luminosidade natural na área central da edificação,
valorizou as circulações e fluxos e descobriu elementos artísticos até então
esquecidos.
Foram executadas novas instalações elétricas,
hidráulicas, de telefonia e informática e de prevenção e combate a incêndio,
além de infra-estrutura para sistema de segurança e manutenção corretiva no
sistema de climatização. Foram restaurados os pisos em pinho-de-riga, peroba e
mármore de Carrara, os forros, esquadrias e ferragens e realizada a limpeza da
cantaria da fachada principal e a recomposição do reboco e pintura das fachadas
laterais e posterior. A cozinha foi reformada e novas instalações sanitárias
foram executadas.
A restauração dos elementos artísticos aplicados
à arquitetura foi realizada em oito etapas. Os trabalhos desenvolveram-se em
seqüência iniciada pelos cômodos frontais do pavimento superior, em função da
importância e complexidade dos elementos a serem restaurados. As obras civis
foram concluídas com a introdução de novo sistema de iluminação da edificação.
Durante o ano de 2006 e 2007 foram restaurados os bens móveis: lustres,
mobiliário e tapeçaria.