domingo, 5 de maio de 2013

Palacio das Artes

O Palacio das artes é um grande simbolo historico dos mineiros o mesmo foi palco de decisões importantes para o nosso Estado, com suas instalações rusticas possibilita a quem o visita fazer uma grande comparação de como tudo mudou desde quando foi construido até hoje.
 


O Palácio da Liberdade, sede do Governo mineiro, teve o lançamento de sua pedra fundamental a 7 de setembro de 1895 e o início de suas obras a 25 de novembro do mesmo ano. Seu projeto é de autoria do engenheiro-geógrafo pernambucano José de Magalhães membro da Comissão Construtora da Nova Capital. Magalhães diplomou-se em 1874 pela Escola Central Politécnica do Rio de Janeiro e freqüentou a École de Beaux-Arts de Paris.

As obras foram administradas pela Comissão Construtora da Nova Capital que contratou do Sr. Antônio Teixeira Rodrigues - o Conde de Santa Marinha a execução da fachada principal e das balaustradas das entradas laterais. A parte posterior do edifício foi confiada inicialmente ao Sr. Carlos Antonini e posteriormente ao empreiteiro Leonardo Gutierrez.

O padrão arquitetônico e ornamental das primeiras construções da Capital de Minas obedeceu à tendência estilística eclética, com predominância de elementos neoclássicos do 2º Império Francês. Empreendimento de grande vulto e de gosto apurado, o Palácio da Liberdade reflete a influência francesa em nossa arquitetura e de modo geral, o gosto europeu difundido e valorizado na época.

Atendendo ao requinte do projeto, grande parte dos materiais utilizados na construção do Palácio foi importada da Europa: armações de ferro das escadarias e estruturas metálicas da cobertura vindas da Bélgica, telhas de Marselha, pinho-de-riga da Letônia entre outros. O restante veio do Rio de Janeiro e; de Minas Gerais, somente os tijolos, as pedras e a cal.

Para a pintura e a decoração do edifício, veio do Rio de Janeiro o artista Frederico Antônio Steckel, trazendo com ele uma equipe de decoradores nacionais e estrangeiros que realizaram admiráveis trabalhos nos tetos, paredes e cimalhas, além de ornamentos com grande aplicação de papier-maché.

Na escolha dos pisos prevaleceu o gosto e a harmonia com o restante da decoração; no hall empregou-se o mármore de Carrara e nos diversos salões optou-se pelo parquet, ricamente trabalhado formando desenhos geométricos.

Obra prima de grande destaque no interior do prédio é a escadaria metálica em estilo art-noveau. Minuciosamente trabalhada em ferro batido com ornamentação em motivos florais, foi totalmente produzida nas oficinas belgas Acières Bruges, utilizando o sistema desmontável Joly, considerado um grande avanço tecnológico na época e, inclusive, merecedor de prêmio na grande exposição de Londres. As peças dessa escadaria chegaram ao Brasil em maio de 1897, quando foi montada e passou a figurar em lugar de honra no Palácio Presidencial.

Para a decoração final importaram-se também o mobiliário, as tapeçarias, os cristais, as louças, os talheres, sendo a grande maioria de origem francesa e o restante de outros mercados europeus.

O Palácio Presidencial foi inaugurado em 1897, embora com obras ainda em andamento. Estas diziam respeito, sobretudo, aos jardins, à ornamentação das paredes das salas laterais do segundo pavimento, ao revestimento e ornamentação do Salão Nobre, à confecção e colocação das duas portas para o Salão de Honra, à decoração dos tetos dos torreões, e à pintura e colocação dos vidros. Estes serviços foram concluídos em 1903. Chrispim Jacques Bias Fortes foi o primeiro governador a ocupar o Palácio da Liberdade.

Desta data até 1913 foram realizados trabalhos de conservação, complementação e finalização dos passeios e colocação de postes de iluminação nos jardins.

Em 1920, durante o governo de Arthur Bernardes, o Palácio da Liberdade passou por uma reforma para melhor receber os soberanos belgas em visita a Belo Horizonte. Os trabalhos realizados consistiram principalmente em mudanças na decoração, quando predominou o gosto pelo estilo Luis XVI.

Em dezembro de 1925, no governo de Mello Viana, foi inaugurada com grande repercussão uma nova ornamentação no Salão de Honra, executada pelo artista Antônio Parreiras.

No período compreendido entre 1925 e 1967, além das obras de pintura e conservação rotineiras, não há registros de intervenções significativas, apenas referência de que tenha sido executada uma nova ornamentação em 1956.

Em 1968 foram colocadas grades na frente e nas laterais do edifício, holofotes no jardim e, no interior, houve mudanças na distribuição dos cômodos e construção de novos apartamentos no segundo pavimento.

O tombamento do Palácio foi efetuado pelo IEPHA/MG, através do Decreto nº 16.956, de 27/01/75, garantindo a preservação integral do monumento, considerando seu grande valor histórico, artístico e arquitetônico.

Em novembro de 1980, foram realizados trabalhos de estabilização estrutural do edifício com a utilização de “estacas-raiz” e injeções de nata de cimento nas fundações. Após o trabalho estrutural, foi iniciada, sob responsabilidade do IEPHA, a restauração dos elementos artísticos e arquitetônicos do edifício, que objetivaram a sua total recuperação e preservação.

Em 1989/1990, foi realizado o Inventário do Acervo de Bens Móveis do Palácio da Liberdade. Os bens foram catalogados em trinta e duas categorias onde se incluem peças de mobiliário, objetos de iluminação, esculturas, prataria, relógios, tapeçarias e uma rica pinacoteca.

Em 1992 foi executada a pintura das fachadas do Palácio, após a realização de prospecções pelo IEPHA/MG.

Em 1993, o IEPHA/MG - em conjunto com a Secretaria da Casa Civil e com o Gabinete Militar do Governo do Estado – realizou obras estruturais nos torreões (estrutura metálica e madeiramento da cobertura).

Em 10 de novembro de 1994, o Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte efetuou o tombamento integral do Palácio da Liberdade no Conjunto Urbano da Praça da Liberdade e Adjacências. Neste ano foram restaurados os forros dos torreões, quando foram removidas três camadas de pintura que encobriam a pintura decorativa original, e o coreto localizado nos jardins do Palácio.

Em 1995, o Departamento de Obras Públicas do Estado de Minas Gerais – DEOP – realizou a recuperação da cobertura.

Já em 1997 e 1998 foram executadas serviços em diversos cômodos. No mesmo período foram restaurados os jardins, a estufa e o pavilhão de eventos, além de reformados os galpões de apoio, com a instalação de vestiários e depósitos.

A última obra de restauração iniciada em 2004 e concluída em 2006, foi uma intervenção global, que assumiu caráter de restauração abrangente. A restauração da cobertura, estrutura complexa de madeira e metal, com clarabóia de vidro, foi de grande importância, por sanar graves problemas de infiltrações que prejudicavam o prédio e seu acervo artístico.

A maior revelação desta obra foi, sem dúvida, o resgate da ambiência do pátio central, espaço contíguo ao hall da escadaria, ocupado há décadas por instalações sanitárias e depósitos. A liberação do espaço permitiu a recuperação da luminosidade natural na área central da edificação, valorizou as circulações e fluxos e descobriu elementos artísticos até então esquecidos.

Foram executadas novas instalações elétricas, hidráulicas, de telefonia e informática e de prevenção e combate a incêndio, além de infra-estrutura para sistema de segurança e manutenção corretiva no sistema de climatização. Foram restaurados os pisos em pinho-de-riga, peroba e mármore de Carrara, os forros, esquadrias e ferragens e realizada a limpeza da cantaria da fachada principal e a recomposição do reboco e pintura das fachadas laterais e posterior. A cozinha foi reformada e novas instalações sanitárias foram executadas.

A restauração dos elementos artísticos aplicados à arquitetura foi realizada em oito etapas. Os trabalhos desenvolveram-se em seqüência iniciada pelos cômodos frontais do pavimento superior, em função da importância e complexidade dos elementos a serem restaurados. As obras civis foram concluídas com a introdução de novo sistema de iluminação da edificação. Durante o ano de 2006 e 2007 foram restaurados os bens móveis: lustres, mobiliário e tapeçaria.

 

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